Elementar, meu caro Adenor
É verdade que a Croácia “achou” o gol salvador que levou a decisão para os pênaltis
Afonso Barroso
O técnico Tite, que se esforçou muito no comando da seleção, até que conseguiu formar um bom time. Mas pisou na bola na hora H. Por que não escalar o melhor batetor de pênaltis da seleção na hora de decidir o jogo com a Croácia? Disseram que Neymar não iniciou as cobranças porque foi uma decisão dos próprios jogadores. Mas, cá pra nós, não são os jogadores que devem tomar decisão tão imporantes num momento como esse. Isso é missão do técnico.
Eu sempre disse que técnico não ganha jogo, mas perde. Perde quando escala mal, perde quando substitui mal, perde quando não toma decisões acertadas antes e durante um jogo, perde quando menospreza ou ignora a força do adversário. E se erra, como no caso dos pênaltis, ele leva o time à derrota.
O que se viu, no jogo contra a Croácia, foi que Tite não deu imporância à qualidade do adversário, especialmente no meio-campo, onde tem jogadores de alto nível, comandados pelo incansável e talentoso Modric. Resultado: os croatas dominaram aquele setor e, embora não tenham oferecido perigo ao gol brasileiro durante quase todo o jogo, souberam impor o seu ritmo e anular o setor da seleção brasileira.
O Brasil tem o que se chama Neymar-dependência, o que ficou provado no gol que ele fez, superando com grande habilidade a sólida defesa croata. Tinha de ser ele, naturalmente, o primeiro a cobrar pênalti na decisão. Elementar como uma dedução de Sherlock Hormes.
Foi o que fez a Argentina. Se tem Messi, é ele que inicia as cobranças, porque é o principal craque do time e especialista no contato com a bola.
É verdade que a Croácia “achou” o gol salvador que levou a decisão para os pênaltis. O goleiro Alisson, que não havia feito uma defesa sequer durante toda a partida, foi traído pelo desvio da bola quando o atacante Petcovic chutou de fora da área. A bola mudou de direção quando bateu num zagueiro do Brasil, acho que o Marquinhos. Mas o nosso goleiro não foi capaz de defender um pênalti seguer nas cobranças da Croata.
Foi assim que o Brasil saiu do campo e da Copa. Despediu-se chorando que nem os mané da eleição para presidente. Mas pelo menos a torcida não saiu furiosa a protestar diante dos quartéis.
